As 
                        armadilhas do paradigma atual
                      Como a motivação 
                        básica para a avaliação de riscos 
                        (de modo simplista) é a certificação 
                        em um protocolo específico de auditoria, que requer 
                        a documentação de uma avaliação 
                        de risco formal, a avaliação de riscos (em 
                        si) torna-se o objetivo do avaliador de risco. Esta é 
                        uma abordagem falha, pois não se concentra em controlar 
                        o risco, mas apenas em avaliá-lo. Obviamente (logicamente), 
                        o avaliador de riscos também irá considerar 
                        as estratégias de mitigação para 
                        o risco avaliado, porém, o foco permanece sobre 
                        o processo de avaliação de risco (diagnóstico) 
                        e não na mitigação ou no seu controle.
                      A declaração anterior 
                        não pretende implicar que os protocolos de certificação 
                        não consideram os controles, pelo contrário, 
                        eles os consideram. O argumento básico é 
                        que, do ponto de vista do avaliador de riscos, o nível 
                        de sofisticação requerido no processo formal 
                        de avaliação de risco excede grandemente 
                        a ênfase sobre o controle dos riscos. Enquanto o 
                        processo de avaliação de riscos basicamente 
                        requer certo pensamento e raciocínio independentes, 
                        a formação das medidas de controle e mitigação 
                        geralmente torna-se uma prescrição “pronta” 
                        que apenas requer conformidade com requisitos específicos 
                        do protocolo de auditoria, ex. realização 
                        de inspeções, condução de 
                        reuniões, treinamento, etc. O nível de sofisticação 
                        das medidas de controle é raramente (se alguma 
                        vez for) equilibrado adequadamente à ameaça 
                        real oferecida pelo risco.
                      Por outro lado, os auditores são 
                        freqüentemente obrigados pelas regras do protocolo 
                        de auditoria. Vamos tomar, por exemplo, o caso onde as 
                        medidas de controle consistem do seguinte:
                       * Uma inspeção mensal
                        Um procedimento escrito de trabalho seguro documentado
                        * Treinamento anual sobre o procedimento
                        * Uso de luvas durante a realização da tarefa
                      Quando estas medidas de controle 
                        estão implementadas e sendo respeitadas o auditor 
                        é basicamente forçado, pelas regras da auditoria, 
                        a lhes dar o devido crédito. Entretanto, em termos 
                        de avaliação de controle – ao contrário 
                        da avaliação de “riscos” – 
                        mesmo com conformidade TOTAL com o sistema cobrindo os 
                        controles mencionados acima, as deficiências a seguir 
                        ainda podem penetrar na estratégia de controle 
                        ou de mitigação e permanecerem não 
                        detectadas: 
                       * As listas de inspeção 
                        mensal não cobrem todos, ou os itens críticos 
                        a serem examinados. A pessoa que conduz a inspeção 
                        não é qualificada adequadamente para tal.
                        * O procedimento foi documentado por uma pessoa com conhecimento 
                        ou experiência inadequada sobre a tarefa. Nem todos 
                        os especialistas das disciplinas (ex.: químico, 
                        médico, engenheiro, etc.) estiveram envolvidos 
                        na compilação do procedimento escrito de 
                        trabalho seguro.
                        * A pessoa que realiza a tarefa participou do treinamento, 
                        mas um teste de competência não foi realizado 
                        na conclusão do treinamento.
                        * As luvas usadas pela pessoa não protegem seus 
                        antebraços, o que é de vital importância 
                        para evitar lesões. 
                      Como explicado acima, as medidas 
                        de controle podem estar implementadas e sendo cumpridas, 
                        mas o risco ainda pode inerentemente não estar 
                        sendo administrado ou mitigado.
                       
                        REALIZANDO A MUDANÇA 
                      O cenário mencionado acima 
                        deve deixar claro que a gestão eficaz do risco 
                        está não tanto na “avaliação 
                        de risco”, mas na “avaliação 
                        do controle”. Enquanto a certificação 
                        permanecer sendo a motivação fundamental 
                        para a avaliação de risco, a “abordagem 
                        de conformidade” será perpetuada.
                      Quando a rentabilidade e o desempenho 
                        tornarem-se o paradigma para a avaliação 
                        de risco, “fazer a coisa certa” se tornará 
                        a norma. Assim, a gestão do nível adequado 
                        da sofisticação dos controles (“avaliação 
                        do controle”) deve substituir a abordagem de “conformidade 
                        cega” que, até o momento, tem se mostrado 
                        não muito bem sucedida.
                      Obviamente a economia tem seu papel 
                        na mitigação do risco, nem sempre é 
                        possível implementar a melhor prática operacional 
                        ou tecnológica na gestão do risco. Porém, 
                        a razão e a lógica dirão quando ela 
                        é absolutamente necessária (um incidente 
                        em uma estação nuclear custará mais 
                        do que a prevenção do acidente). A mesma 
                        lógica aplica-se a um incidente que causará 
                        apenas lesões ou danos leves (seria insensato despender 
                        grandes somas e recursos para evitar um incidente leve).
                       A solução está 
                        em alocar a quantidade/nível (econômica e 
                        logicamente) correta de controle sobre a situação 
                        de risco. Isto significa que a avaliação 
                        do valor de eficácia razoável – da 
                        estratégia de controle ou de mitigação 
                        – merece ser estudada profundamente. A avaliação 
                        de risco é apenas o diagnóstico do problema. 
                        A avaliação do controle pode ser equiparada 
                        à aplicação do tratamento correto 
                        (quantidade e nível adequado) à situação 
                        de risco diagnosticada. Para isto, o valor relativo da 
                        eficácia das medidas de controle deve ser considerado 
                        seriamente durante o processo de avaliação 
                        de risco.
                      (A terceira e última parte 
                        deste artigo fornecerá uma descrição 
                        genérica de uma Matriz, para designar o nível 
                        correto de sofisticação dos controles, dependendo 
                        do nível do risco puro estimado, que formalizará 
                        Critérios de Avaliação do Nível 
                        do Controle do Risco empíricos).
                      Danie Williams
                        Gerente Técnico / NOSA South America Consultores
                        (O texto não reflete necessariamente a posição 
                        da NOSA)
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